Para que serve a utopia?

"A Utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que nunca a alcançarei. Se eu caminho dez passos, ela se distanciará dez passos. Quanto mais a procure, menos a encontrarei. Qual sua utilidade, então? A utopia serve para isso, para caminhar!"
Fernando Birri (diretor de cinema)
http://www.youtube.com/watch?v=Z3A9NybYZj8

domingo, 11 de dezembro de 2011

DEZEMBRO DE NOVO...

Frida tinha os cabelos em pé, de susto! Dezembro de novo... O ano chegou ao fim, o tempo corre ainda mais depressa, e deixa a sensação de que a cada minuto o tempo fica mais escasso.
Frida começa a analisar o extrato do ano. Suas perdas e seus ganhos. Isto, somado ao seu inferno astral de vésperas de aniversário a faz pensar em tudo que aconteceu, mas, principalmente, no que não aconteceu.
Frida tem a péssima mania de pensar demais. De querer entender tudo. Terminar o ano sem uma conclusão sobre os acontecimentos da vida, se são frutos do acaso ou do destino, tiram dela algum resquício de sossego que poderia existir nesta época do ano.
A época a conduz à uma nostalgia amarga que faz com contabilize cada sonho não realizado, cada meta ainda não alcançada e nos objetivos que precisa (precisa?) realizar na vida. Pensa em fazer tanta coisa e em como conseguir fazer tudo isso quando o tempo parece apostar corrida com a vida o tempo todo.
Apesar das feridas, algumas ainda mal cicatrizadas, Frida é capaz de lembrar com alegria das conquistas e valorizá-las. Sabe do esforço e do trabalho que teve para alcançar cada uma, mas no fim vai percebendo que ainda lhe resta um vazio e sente-se impotente diante da vida que parece ditar uma rota que nem sempre é a que escolheu.
Frida pensa em tudo e em como guardar num lugarzinho especial todas as lembranças desse ano. Algumas esperanças despedaçadas pelo caminho. Perdas irreparáveis. Esperanças sobrevivendo, às vezes, por um fio de luz que clama por algum oxigênio para manter-se acesa.
Busca energia para seguir em frente. É uma romântica incorrigível (ou não) e encontra novo fôlego numa flor que nasce quase do cimento. No sorriso de uma criança que ainda nem sabe falar, mas já troca olhares que a cativam e a faz acreditar que a briga por um mundo melhor vai sempre valer a pena.
Pensa no ano que está por vir e nessa sensação de estar ganhando mais doze meses para fazer o que quiser. A ilusão mais utópica que pode existir. Mas já tem consigo a clara convicção de que a utopia serve para isso, para caminhar...

NÃO INTERESSA

O que é preciso entender quando algumas escolhas são feitas é que comparações não respondem coisa alguma. Não interessa se ela é mais velha ou mais nova que você, mais bonita ou mais feia, mais gorda ou mais magra, se tem silicone ou não, se tem, ou não, o cabelo mais bonito, se é mais burra que você, se escreve tudo errado, se tem um comportamento que você aos 16 já tinha superado e se usa expressões que você teria vergonha de dizer até para você mesma, mas que ela expressa, orgulhosa, nas redes sociais. Não interessa. Ela foi a escolhida e por mais que você, às vezes, até ganhe uma gracinha cafajeste do “escolhedor”,  sabe que não lhe resta muito mais que isso. Não interessa que ela escreva erradas as palavras mais simplórias e, que apesar de ter concluído o ensino superior, não saiba diferenciar um pato de um avestruz. Não interessa que tenha um nariz mais feio que o do Michael Jackson e mesmo assim sinta-se a Sandra Bullock... O que interessa nesta história é a certeza sobre si e a certeza de que alguém que fez uma escolha a partir de tais qualidades realmente não seria capaz de ter ao lado uma mulher como você. Afinal, cada caminhão sabe exatamente a areia que pode carregar...

Camile Rosa

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