Para que serve a utopia?

"A Utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que nunca a alcançarei. Se eu caminho dez passos, ela se distanciará dez passos. Quanto mais a procure, menos a encontrarei. Qual sua utilidade, então? A utopia serve para isso, para caminhar!"
Fernando Birri (diretor de cinema)
http://www.youtube.com/watch?v=Z3A9NybYZj8

domingo, 17 de abril de 2011

INÍCIO DE RELACIONAMENTO

Muito difícil! Você pensa: se eu ligar ele pode pensar que estou desesperada, ou que estou fácil demais. Mas pensa também que se não ligar pode parecer desinteressada demais e perder o cara.

Qual a medida certa? Existe mesmo? Muitos responderiam com o famoso e previsível: “Segue seu coração.” Meu coração??? Ele é totalmente desvairado! Se eu segui-lo, aí sim espanto de vez o cara. Mandaria mensagens melosinhas de cara, falaria de músicas! Pois é, não pode! E tentando parecer o mais sensata possível, fico me segurando, medindo as palavras e tentando parecer eu mesma. O segundo conselho provável. “Seja você mesma!” Ser eu mesma? Nããão! Seria mostrar que sou estabanada, falo muita bobagem e dou umas patacoadas que acabo tentando esconder com umas gargalhadas também não muito charmosas.
Uma farsa! É isso. Ninguém tem coragem de dizer assim, com essas palavras, mas é o que te induzem a ser. “Não faça isso. Não faça aquilo. Não ligue ainda. Espere mais um pouco para enviar uma mensagem. Não fale sobre isso. Não mostre este seu lado. Sorria, seja simpática e até um pouco engraçada, mas sem parecer piadista demais. Cruze sempre as pernas. Seja charmosa. Ofereça-se para dividir a conta, mas permita que ele seja gentil e sinta que está dominando a relação.”
E começa assim. Você é a bonequinha que todo homem queria. Mas como manter tudo isso por muito tempo? Ou você está tão desesperada que resolve mudar até mesmo o que é para ficar com alguém, ou não conseguirá manter isso por muito tempo. Voltamos ao “seja você mesma”.
Acho que a coisa está em ser você mesma, mas com uma maquiagem sutil. O começo deixa aquela ansiedade latente que dá vontade de chegar logo e perguntar: você vai mesmo querer ficar comigo? E ainda ficar enviando mensagenzinhas, afinal, quem é “visto” sempre é lembrado... Melhor não. Sem deixar de ser você, segure a ansiedade.
Uma mensagem por dia, ok? A dica é colocar uma pergunta que induza a continuidade das mensagens. Se não tiver mais perguntas, sem mais mensagens nesse dia! É melhor também segurar as pontas e esperar por uma iniciativa dele agora.
E se a iniciativa não vem??? Se não vem, esquece, amiga!!! Porque o cara ou é gay, ou é mole e lerdo, ou realmente não tá a fim, e em nenhum desses casos você está a fim de investir tempo, maquiagem e perfume, não é mesmo? Isso sem contar no desgaste emocional. Não vale a pena!
Ok, ele é uma gracinha. Dança de uma maneira desengonçada que você adora. É super simpático e fala coisas que você sempre quis ouvir. É, eles fazem isso mesmo! Mesmo sem estarem a fim, ou apaixonados como às vezes pensamos. Os caras são bipolares, minha rápida e leviana conclusão. Não vou entendê-los nunca, é o que eu acho.
O que sei é que quero e preciso estar com alguém que queira estar comigo MESMO e seja capaz de perceber que teve muita sorte em me encontrar mais do que o contrário. E quando isso acontecer, as ligações e mensagens estarão liberadas devido à reciprocidade! ;)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

FAZ PARTE DO MEU SHOW

Porque eu estou sempre procurando e quando encontro não é mais o que eu quero. Quero sempre o impossível, o inatingível. Como uma criança mimada, sim. Quero. Choro. Esperneio. Faço drama. É o meu drama. Particular. Então dialogo com os personagens que eu quiser. Invento. Deliro.
Porque eu quero mais que encontrar. Quero entender. Quero que faça sentido. Preciso de coerência. Sempre. Sim, eu sou assim. Um poço de desejos irrealizáveis, utópicos. E é assim que continuo caminhando...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CONVERSAS COM O ESPELHO - PARTE 10


Fazia tempo que meu coração não batia tão forte. Por que é que de repente tantos clichês estão fazendo sentido na minha vida? “Quando você acha que tem todas as respostas, vem o mundo e muda todas as perguntas”.
Eu estava decidida de que Victor era realmente o homem da minha vida. Meu emprego não era o emprego dos sonhos, mas era estável. Sim, eu parecia finalmente estar realizada e agora essa avalanche que arrasta a estabilidade recém-encontrada. Desempregada, com um certo asco daquele olhar de homem paternalista do Victor e com o coração com ataque de estupidez, querendo disparar por um cara que não merece nem um canto de olhar.
Foi por acaso. Estava perambulando pelo shopping com as crianças, já que agora meu tempo ocioso me permite esse luxo, e quem é que aparece? Ele! Novamente ele, com aquele sorriso cheio de dentes. Derrubei uma pilha de ursos pelúcia de susto, de medo, sei lá. Tentei fingir naturalidade, mas não sei se convenci pela pressa com que chamei as crianças dizendo que precisávamos ir embora.
Foi aí que ele me surpreendeu, de uma forma previsível, mas surpreendente. Me pegou pelo braço e disse “Você está linda! Que saudades de você.” Tremi inteira e para fugir da situação dei um grito com Paulinho, mas não sei ao certo o porquê. Disse que estava com pressa, e ele “a gente podia se ver, pra conversar...” Saí dizendo vários “sins” e esquecendo exatamente o motivo de eu estar ali, comprar o tal presente de aniversário para o amigo do Pedrinho.
Teria sido a saída perfeita não fosse a Júlia gritar “Manhêêê e o presente pro Pedrinho levar no aniversário?” Sorte minha ele ter tido a descrição de já estar saindo da loja. Com direito a um sorriso cafajeste com piscadela. Ahhhh!!!
Deixei Pedrinho escolher um brinquedo caríssimo. Deixei? Na verdade quando me dei conta do valor já era tarde demais e então, para não parecer ainda mais desequilibrada, deixei. Passei no cartão do Victor. Pronto. Agora estou no cenário perfeito para as piadinhas machistas sobre mulheres consumistas gastando o salário dos maridos no shopping durante a semana. E nesse momento isso era o que menos me atormentava.
Resolvi liberar um sorvete numa quinta feira antes do jantar. Eu precisava esfriar a cabeça, mas quanto mais parada, mais eu pensava e mais atormentada e confusa eu ficava. Por que é que esse cara tinha que ressurgir justamente agora? E por que é que ele continuava tão charmoso?...
“Você está estranha, mamãe.” o Pedrinho disse, achando muito divertido ver o sorvete derreter todo na minha mão.

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