Parte 1
E lá se foi mais um feriado religioso no nosso estado laico. Um viva à diversidade religiosa, mas não venha mexer no meu feriado! Ah esses dias de folga que a gente aproveita para encarar um engarrafamento extra até a praia.
E lá se foi mais um feriado religioso no nosso estado laico. Um viva à diversidade religiosa, mas não venha mexer no meu feriado! Ah esses dias de folga que a gente aproveita para encarar um engarrafamento extra até a praia.
Para quem fica, supermercados lotados em busca de bacalhaus e ovos de páscoa. Churrasco? Na sexta feira não pode! Mas uma bacalhoada cai muito bem, obrigada. E tem também os chocolates transformados em ovos com a promessa de serem entregues pelos pobres coelhos que se tornam ovíparos nessa época do ano.
As indústrias da guloseima devem adorar! 200 gramas de chocolate em forma oval sofrem um acréscimo (beeem sofrível no bolso do pobre trabalhador brasileiro) de uns 500%... Mas como explicar para as crianças que o chocolate na barrinha é o mesmo? Aí entram "as facilidades" dos mercados em oferecer a venda de ovos de páscoa em 10X sem juros no cartão. Você ainda paga pelo estrago desse coelho modificado geneticamente quando já está sendo chamado a contribuir com o Papai Noel, que de bom velhinho também não tem nada. Ele deve querer se vingar. Vivendo num país tropical, em pleno dezembro tendo que vestir aquela roupa vermelha felpuda e aquelas botas ele deve mesmo querer que todo mundo se F$#@ prometendo muitos presentes para as criancinhas, o que vai estourar, mais uma vez, no nosso orçamento.
Mas e daí, né? Problematizar pra quê? Vamos rir e ser feliz! Opinião é bobagem mesmo. O que importa é que o "Pão e circo", quero dizer, a Páscoa e o Natal estão aí pra isso, mesmo num estado laico.
E a classe média? Ah, sofre, viu!