Ok, não usamos mais sacolas plásticas nos supermercados do Estado de São Paulo. Agora sim, somos seres melhores. Politicamente corretos, preocupados com o meio ambiente e na luta por um mundo melhor. É isso mesmo?
Com essa mudança nos supermercados, surgem-me algumas dúvidas. Os preços das famigeradas sacolas plásticas já estavam embutidos no valor dos produtos, certo? Sem esse gasto, os produtos terão um decréscimo no preço agora porque, afinal, estamos fazendo isso pelo meio ambiente e não visando mais lucros não é mesmo Carrefour, Wal-Mart, Extra, Pão de açúcar etc....?
Sou a favor de políticas de conscientização ambiental. Muito! E na medida do possível, faço a minha parte. Evito sacolinhas plásticas o máximo que posso colocando pequenos objetos direto na bolsa, carrego compras em caixas de papelão, mas será mesmo que são só as sacolas plásticas que precisam sair de cena para um mundo melhor?
Investir novamente em garrafas retornáveis não é ainda uma opção amplamente discutida por quê??? E os produtos que tem até 3 embalagens, duas das quais totalmente dispensáveis??? – plástico envolvendo uma caixa que contém um pacote de bolacha envolvido em outro plástico – (apenas como um exemplo), isto é bom para o meio ambiente?
O que estou querendo dizer é que não entendo porque a conscientização tem que ser apenas do consumidor final com um discurso marqueteiro de “vamos salvar o mundo” que impede qualquer tipo de questionamento a respeito, pelo medo imposto de se ser taxado como “Capitão Feio”, aquela personagem das historinhas do Cascão que quer destruir o planeta com a poluição.
Já disse e vale a pena repetir. Sou a favor de uma política de CONSCIENTIZAÇÃO da população para um uso racional de TODAS as matérias primas, não apenas das sacolas plásticas, mas de tantos outros materiais e dos excessos que cometemos no dia-a-dia que também degradam o meio ambiente.
O que me incomoda na história do adeus às sacolinhas é o que está por trás da política ambiental. Salvo engano de minha parte, parece-me apenas mais uma sórdida maneira de extorquir alguns centavos a mais do consumidor que esquecer sua ecobag que pode ter sido produzida no Vietnã.