Sinto falta do período da vida em que ele fez parte. Daquelas descobertas todas. Do frio na barriga. Do seu olhar de desejo. E vice-versa. Do descompromisso com fazer sentido. Do descompromisso que eu estabeleci com a realidade. Da entrega a uma ilusão que fazia muito sentido para mim, mesmo sem fazer nenhum sentido.
Sinto falta de coisas passadas que agora não estabelecem mais vínculo com a realidade. Tenho dúvidas quanto a minha sanidade naqueles tempos. Esta pessoa realmente existiu? Não a encontro mais, nem nos meus devaneios. Talvez tenha existido apenas nos meus delírios.
Uma fantasia. E como pôde ser possível eu ter permitido que uma fantasia fosse capaz de me machucar tanto? Como uma criança eu fazia questão de puxar a casquinha sempre que a ferida estava cicatrizando, abrindo novamente um vermelho vivo que fazia arder, mas me fazia sentir viva, e então, eu gostava. Vibrava a cada palpitação que fazia estremecer meu corpo. É disso que eu sinto falta.
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