...morrer é difícil...
Renato Russo deve ter tido uma experiência de quase morte quando fez essa música. Não que eu tenha tido. Mas confesso que em alguns momentos desejei morrer por alguns segundos. Aqueles segundos de extremo desespero, angústia, tristeza... Mas hoje ao ver partes do filme "Nosso Lar" pensei que morrer deve ser bem foda também. Que balela é esse papo de "descansou"?!? Segundo o filme não há descanso, não. É bem verdade que não vi o filme todo. Por falta de tempo e vontade, não necessariamente nessa mesma ordem, mas até onde vi, você morre e continuam as dúvidas, dores, fome, sede, questionamentos sem resposta. E eu aqui imaginando que a morte me traria a consciência sobre os 90% do meu cérebro que não desenvolvi na minha vida terrena. Nos momentos em que acredito que há alguma coisa nesse "outro lado", e na maior parte do tempo acredito, pensava que a morte me seria reveladora e também por isso desejava morrer, talvez não de verdade, mas de vez em quando. Mas nãããooo! Segundo o filme, muito surreal para minha compreensão de humana limitada que só usa 10% de sua cabeça animal, continua tudo do mesmo jeito numa cidade paralela, meio futurista. E ainda terei que me adaptar a novas pessoas, a refeições que se resumem a sopa e água, todo mundo vestido num tom pastel muito claro... Que sorte a minha gostar de branco! Achei tudo tão terreno. Pessoas arrogantes num espaço divino. Trabalhar para merecer. Meritocracia pós-morte? Oh, não! Sem contar nos Ministérios, e no Governador! "Que ele seja de esquerda" foi só o que consegui pensar! Tudo muito próximo do que conhecemos como vida. (Ok, estou omitindo o início com o umbral que é muito mais assustador.) Por fim, cheguei a conclusão de que não tinha como ser de outro jeito, tudo seria muito terreno mesmo. O filme é baseado num livro psicografado, mas foi realizado por terrenos com a sua limitada imaginação terrena. Ou talvez eu esteja racionalizando demais sobre o que não é racionalizável? Mas se não fosse, ñ viraria filme, mas o filme não me convence. Oh céus! Sei lá. Acho que vou ter que morrer pra entender, e se eu merecer vou até poder mandar uma mensagem pra Terra (escolhendo a tecnologia!!!) pra contar sobre a minha impressão. (Tomara que demore um pouco, né?)