Para que serve a utopia?

"A Utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que nunca a alcançarei. Se eu caminho dez passos, ela se distanciará dez passos. Quanto mais a procure, menos a encontrarei. Qual sua utilidade, então? A utopia serve para isso, para caminhar!"
Fernando Birri (diretor de cinema)
http://www.youtube.com/watch?v=Z3A9NybYZj8

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Um tapinha não dói


Um tapinha não dói. Bata nas crianças para educá-las, e depois jogue-as na cadeia ao cometerem um ato de violência, porque isto não pode.

“Filho, mas não pode bater no coleguinha, se você fizer de novo, você vai apanhar!”

Ora, eduquemos aos tapas então! Vamos dar “tapinhas” no chefe que te humilha diariamente com suas piadinhas infames. Ah não pode? Ele tem poder. Então bata na sua empregada, agora que ela resolveu exigir seus direitos, depois dessa maluquice de PEC das domésticas. Não pode! Dá processo? Ah, mas bater na criança, menor que você, em formação moral e indefesa, pode?

Então me explica direito esse tipo de educação aí, porque olha só, eu já estudei muito sobre isso e não encontrei um teórico sequer que defendesse a violência para educar. Sim, “só um tapinha” é violência. Vamos lá, eu te explico: Se você brigar com sua esposa ou esposo, você acha coerente que se encerre o problema com um “tapinha”? (Se você responder sim, e coloca isso em prática, corre o risco de ser enquadrado na Lei Maria da Penha, vale lembrar!) Se respondeu não (e quero acreditar que essa tenha sido a sua resposta!), então por que você acha que faz sentido educar uma criança que você colocou no mundo com um tapa??? Porque você pensa que entre adultos o tapa não pode (bingo!), mas com a criança, menor e mais indefesa, pode? Qual o sentido nisso? Por que você acha que é por meio da dor, da vergonha e da punição violenta que se educa? Ah sim, é mais fácil, porque a criança chora, fica com medo e o assunto se encerra rápido. Mas acredite, você não educou. Você, dentre muitas coisas, pode ter constrangido, criado medo, insegurança, vergonha, raiva, mas não educação e responsabilidade pelos atos.

Defender uma educação de qualidade não passa, nem de longe, por uma educação autoritária, punitiva. Passa por exigir uma educação crítica, que ajude e pensar o mundo e não a obedecer ao status quo.

É interessante notar como as pessoas têm se demonstrado interessadas em discutir as diversas polêmicas ultimamente e penso ser muito válido que a população se pronuncie, opine. Mas é muito perigoso o senso comum que beira as discussões e como são ignorados os profissionais que dedicam anos de sua vida a estudar tais assuntos.

“Pois eu apanhei muito e me tornei um cidadão de bem.” (conceito que venho questionando ultimamente e falei um pouco no post anterior).

Se você é mesmo um cidadão de bem, há mais possibilidades de ter sido o amor, não a dor, que lhe fez assim.

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