Para que serve a utopia?

"A Utopia está no horizonte. Eu sei muito bem que nunca a alcançarei. Se eu caminho dez passos, ela se distanciará dez passos. Quanto mais a procure, menos a encontrarei. Qual sua utilidade, então? A utopia serve para isso, para caminhar!"
Fernando Birri (diretor de cinema)
http://www.youtube.com/watch?v=Z3A9NybYZj8

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

LIBERDADE É AMAR

Você ama alguém. Esta é a certeza que move suas decisões. Seu jeito de se vestir. Os lugares aos quais decide ir. Alguns de seus prazeres e muitas das suas lágrimas.

Não interessa que você não é correspondido. Você ama e ponto final. E esse sentimento, mesmo não compartilhado, oferece uma certeza na sua vida. Você sabe sobre você e sobre seus desejos.

Até que um dia, assim, sem mais nem menos, você se dá conta que não é amor. É carência, tesão, amizade talvez, uma paixão que passou. Mas não amor. Aí você é capaz de perceber como aquele sentimento que incomodou por meses, anos; que te fazia prisioneiro de pensamentos e ilusões, oferecia um conforto maior que a incerteza que se instaurou sobre você desde o momento da descoberta do não amor.

Aquele sentimento, que agora você não sabe mais denominar, te deixava no comodismo de não ter mais que procurar pela pessoa ideal, tamanha era a certeza de já tê-la encontrado. O sentimento novo, do não amor, desorienta. Angustia. Deixa um vazio que te faz desesperadamente querer preencher com alguma coisa.

Amar não é fácil, mesmo quando se é correspondido. Mas não amar é uma tarefa que exige uma tranqüilidade que eu ainda não alcancei. Você fica com o sinal de alerta ligado por 24 horas por dia, 7 dias da semana! Fica a eterna busca. O medo da solidão. Porque as ilusões fazem companhia. Ilusões te colocam num mundo de fantasia que ajuda a lidar com a crueldade do mundo real. A falta de amor causa ansiedade. Faltam os desejos. Desejos bobos, simples. O desejo de apenas querer ver. Sentir o coração batendo mais forte. A alegria boba por ouvir um simples “oi” daquela pessoa. O frio na barriga ao sentir o cheiro dela. O desejo de conquistá-la.

É o amor que nos move. Amar te deixa pronto para assumir atitudes inimagináveis para se estar com alguém. Tira o sono, mas deixa um sorriso enigmático nos lábios por cada lembrança que arrepia a espinha.

Não amar te tira todas essas sensações indenomináveis, deixando apenas a falsa tranqüilidade que atormenta na busca por sentir-se novamente prisioneiro de um sentimento que, tamanha sua latência, faz te sentir vivo.

Liberdade é amar. E assim como Cazuza “eu quero a sorte de um amor tranqüilo”.

Um comentário:

  1. Sabe que eu já nem sei o que quero mais? Mas acho que felizmente ou infelizmente as palavras amor e tranquilo nunca existirão na mesma frase no meu vocabulário... O que resta é viver né...se não amando, buscando ao menos a tranquilidade!
    Beijo grande!

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